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Rede elétrica: como funciona em Portugal

O que é a rede elétrica

A rede elétrica é o sistema físico e de gestão que liga as centrais de produção de eletricidade aos pontos de consumo. Inclui linhas de transporte em muito alta tensão, subestações transformadoras, redes de distribuição em tensões mais baixas e sistemas de controlo que garantem que a oferta iguala a procura a cada segundo. O objetivo principal é manter a frequência a 50 Hz e a tensão dentro de intervalos estreitos, assegurando um serviço contínuo e seguro. Pense na rede elétrica como uma grande malha de estradas que, em vez de carros, é percorrida por eletricidade.

 

Funcionamento da rede elétrica em Portugal

A Rede Nacional de Transporte (RNT) é operada pela REN – Redes Energéticas Nacionais. A REN gere mais de 9600 km de linhas a 400 kV, 220 kV e 150 kV e supervisiona em tempo real o equilíbrio entre produção e consumo através do seu despacho nacional, em Sacavém. As grandes centrais hídricas, eólicas, solares e de ciclo combinado a gás natural, injetam energia na RNT. A partir daqui, dezenas de subestações baixam a tensão para 60 kV ou 30 kV, onde a E-Redes assume a Rede Nacional de Distribuição (RND) e leva a energia até aos 230 V na rede eletrica residencial. A coordenação com o Mercado Ibérico da Electricidade (MIBEL) faz-se diariamente: os produtores enviam ofertas para o operador de mercado (OMIE) e o preço horário resultante é aplicado simultaneamente aos dois países, salvo quando a interligação fica congestionada e os preços se separam.

Em 2024, Portugal produziu 45 640 GWh de eletricidade, com um consumo de 51 361 GWh; a diferença foi coberta por importações através das interligações com Espanha. A operação em tempo real recorre a reservas que as centrais portuguesas e espanholas ativam em segundos ou minutos, permitindo que frequências e tensões se mantenham estáveis mesmo quando há variações bruscas da geração eólica ou solar.

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Os vários tipos de rede elétrica que existem

Portugal, tal como a generalidade dos países europeus, tem diferentes tipos de redes com diferentes funções.

 

Tipo de rede

Para que serve

Tensão típica

Exemplo fácil de identificar

Transporte (RNT)

Levar grandes blocos de energia por longas distâncias

400, 220, 150 kV 

Torres metálicas muito altas no campo

Distribuição alta/média tensão

Abastecer cidades, fábricas

60 / 30 / 15 / 10 kV

Postes metálicos junto a estradas

Baixa tensão

Chegar a pequenas empresas, lojas e casas

400 / 230 V

Cabos nos postes urbanos

 

Rede de transporte (RNT). A energia sai das centrais em alta tensão, mas tem de ser transformada em muito alta tensão (400 kV, 220 kV, 150 kV) para reduzir as perdas e permitir a troca de grandes blocos de energia entre as várias regiões nacionais e com o estrangeiro.

Rede de distribuição (RND). Subdivide-se em alta tensão (60/30 kV), média tensão (15/10 kV) e baixa tensão (400/230 V). É aqui que se ligam a maioria das renováveis de média dimensão, os carregadores de veículos elétricos e os consumidores industriais e domésticos.

Microrredes e autoconsumo. Os condomínios, parques empresariais ou comunidades de energia partilham a produção local (sobretudo fotovoltaica) e podem isolar-se temporariamente da rede pública.

Redes insulares. Nos Açores e na Madeira existe uma operação autónoma, com centrais térmicas e renováveis locais a suportar. Ainda não há cabo submarino para o continente.

 

Portugal tem alguma dependência elétrica da Espanha?

Portugal e Espanha estão ligados por nove circuitos principais, com seis linhas a 400 kV e três a 220 kV e os últimos dados disponíveis relativos a 2023 indicam que ocorreram apenas 464 horas de congestionamento, ou seja, menos de 6% das horas do ano, mostrando uma forte integração do mercado ibérico.

2024 foi um ano em que Portugal foi globalmente importador: enviou 4509 GWh e recebeu 14 949 GWh ocorrendo um saldo de 10 465 GWh a favor de Espanha. Em termos relativos, estas importações corresponderam a cerca de 20% do consumo interno que totalizou aproximadamente 51 361 GWh, enquanto a produção total foi cerca de 45 640 GWh para uma produção instalada de 22 813 MW.

Está em construção uma nova interligação a 400 kV entre a Galiza e Ponte de Lima-Vila Nova de Famalicão. Quando entrar em serviço, elevará a capacidade comercial mínima para 3000 MW em ambos os sentidos, alinhando-se com a meta europeia de 15% de interligação até 2030. Este reforço permitirá integrar mais renováveis, baixar custos de reserva e aumentar a resiliência dos dois sistemas.

Em síntese, Portugal não depende estruturalmente da eletricidade espanhola para garantir o abastecimento e possui reservas próprias, por exemplo, em barragens ou centrais a gás, podendo cobrir vários dias sem importações. A ligação ibérica funciona como um amortecedor: permite importar quando é mais barato do outro lado da fronteira ou há pouco vento ou água, por exemplo, e exportar quando há excesso solar ou eólico, outro exemplo. Assim, em vez de dependência, será mais adequado falar numa interdependência que serve para tornar o serviço mais barato e mais seguro nos dois países.