Chegam os dias quentes e, com eles, o desafio de manter a casa fresca sem fazer disparar a fatura de eletricidade. A boa notícia é que, tal como no inverno há truques para aquecer a casa gastando menos, também existem estratégias específicas para esta época do ano que tiram partido da luminosidade extra, das temperaturas mais altas e até dos seus planos de férias.
Qual a diferença de consumo entre o verão e outras estações?
Apesar de a iluminação pesar cada vez menos no orçamento graças às lâmpadas LED, continua a representar cerca de 30% do consumo de uma família média, que ronda os 275 kWh por mês. No verão o principal inimigo da poupança costuma ser o ar-condicionado (AC) enquanto no inverno é o aquecimento. Perceber este padrão é meio caminho andado para minorar os pontos críticos.
Porque varia tanto o gasto energético?
- Temperatura exterior: aquecer a casa até 20 °C no inverno consome mais energia do que arrefecer até 25 °C no verão, mas o tempo de funcionamento dos equipamentos faz toda a diferença.
- Horas de luz natural: dias mais longos permitem reduzir a iluminação artificial, mas obrigam frigoríficos e congeladores a trabalhar mais horas.
- Hábitos de ocupação: férias, teletrabalho ou simples alterações na rotina mudam a hora a que liga ou desliga os aparelhos. Para calcular o verdadeiro impacto, tenha sempre em conta o que usa, com que frequência e quanto tempo fica ligado.
Como poupar energia no verão?
Eficiência energética e isolamento
Antes de pensar em aparelhos novos, comece por selar portas e janelas. Pequenos vãos deixam entrar ar quente e obrigam o AC a trabalhar mais tempo: uma fita de vedação ou vidro duplo pode reduzir até 30% a perda de frio. Se estiver em regime de teletrabalho, o ganho é duplo: menos ruído e temperatura mais estável durante o horário laboral.
Aproveitar a luminosidade natural
- Substitua cortinas escuras por tecidos claros e leves.
- Posicione a secretária ou a mesa de refeições junto às janelas para dispensar a luz artificial durante o dia.
- Use espelhos em paredes opostas à janela: aumentam a sensação de claridade sem consumir um watt.
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Utilização de equipamentos de arrefecimento
Quer economizar no ar-condicionado? Manter o equipamento entre 23 °C e 26 °C é o ponto de equilíbrio entre conforto e consumo: por cada grau abaixo deste intervalo pode aumentar o gasto em cerca de 7%. Num modelo split típico, isso significa passar de aproximadamente 700 Wh para valores que se aproximam de 1 kWh quando se insiste nos 19 °C. Antes da vaga de calor, limpe filtros e verifique a carga de gás refrigerante; um aparelho sujo ou mal calibrado precisa de funcionar mais tempo para atingir a mesma temperatura.
O frigorífico deve trabalhar com o termóstato nos níveis 3-4 (cerca de 4 °C na zona de conservação). Assim, limita-se o consumo a cerca de 36 kWh/mês mesmo nos dias de maior calor. Evite encostar o aparelho à parede, deixando pelo menos cinco centímetros para que o condensador dissipe o calor, e não guarde alimentos quentes: cada abertura prolongada obriga o compressor a um novo ciclo completo.
Se preferir ventoinhas, saiba que o gasto elétrico fica entre 50-100 Wh, o que permite usá-las durante mais horas sem impacto significativo na fatura. Combine-as com ventilação cruzada (abrir janelas opostas) ao amanhecer e ao anoitecer para renovar o ar e adiar ou, em alguns casos, dispensar o uso do AC.
Independentemente do equipamento, escolha modelos com classe energética A ou B: além de consumirem menos, geram menos calor residual e reduzem a carga térmica interior, um fator crítico em apartamentos sem sombreamento exterior. Numa perspetiva de longo prazo, o investimento inicial superior paga-se em poupança de energia e em maior durabilidade dos componentes internos.
Gestão dos eletrodomésticos e consumo silencioso
O “stand-by” de boxes TV ou routers, televisões, carregadores, máquinas de café, computadores, micro-ondas ou outros equipamentos com visor informativo e consolas de jogos pode representar 10% da fatura mensal. Ligue-os a réguas com interruptor e crie o hábito de desligar tudo quando vai para a cama ou sai de casa, sobretudo por períodos mais alargados. No escritório doméstico, procure instalar tomadas inteligentes: além de cortar a energia, mostram em tempo real qual é o aparelho mais gastador.
Ajustar tarifas, ciclo horário e potência contratada
- Reveja o ciclo horário. Se chega a casa mais tarde, passe para uma tarifa bi-horária em que as horas de vazio coincidam com o uso da máquina de lavar loiça ou roupa.
- Potência contratada. No verão, é comum usar menos equipamentos em simultâneo; reduza um escalão e veja o termo fixo cair.
- Contrate várias energias. Se percorre longas distâncias de carro para ir de férias, compense os gastos em combustível ou carregamentos elétricos com descontos cruzados na fatura de eletricidade e no gás. A Repsol tem exatamente aquilo de que precisa.
Estratégias para quem trabalha em casa
- Isolar bem a divisão usada como escritório
- Preferir LED ou luz natural
- Ativar o modo de poupança no computador
- Usar bases de refrigeração para portátil em vez de baixar excessivamente o AC
- Comprar equipamentos com etiqueta energética B ou A
Antes de sair de férias
Vai fazer uma viagem mais longa e passar uns dias fora? Desligue o termoacumulador, suba dois graus no frigorífico (se ficar parcialmente vazio) e corte a energia das divisões onde não há aparelhos indispensáveis. Se possível, use o quadro elétrico para isolar circuitos inteiros e só deixe ligado o que não pode mesmo parar.
Checklist rápida
- Ar-condiconado a 23–26 °C
- Cortinas e estores fechados nas horas mais quentes
- Frigorífico no nível 3/4 (ou seja, cerca de 4 °C)
- Ventilação cruzada ao anoitecer
- Tomadas inteligentes ou réguas com interruptor
- Lâmpadas LED em toda a casa
- Potência contratada revista para o verão
- Dispositivos em stand-by desligados
- Base de refrigeração para portátil
- Termoacumulador desligado nas férias
Poupar energia no verão não significa abdicar do conforto. Combinar isolamento, temperatura inteligente, gestão de equipamentos e pequenos gestos diários pode cortar dezenas de euros por mês e diminuir a pegada de carbono da sua casa. O segredo está em agir de forma preventiva: preparar a habitação ainda antes da vaga de calor, alinhar o tarifário aos seus horários e adotar hábitos que se mantenham durante todo o ano.
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