O mercado português de mobilidade elétrica registou um crescimento notável em 2024, com um aumento de cerca de 15% face a 2023, com quase 42 000 novos elétricos na estrada. Existem aproximadamente 300 000 veículos de ligar à tomada em circulação em Portugal e compreender os diferentes tipos de tomadas e conectores tornou-se essencial para todos os condutores que consideram fazer a transição para a mobilidade elétrica. Com a Repsol, essa passagem pode ser feita com as vantagens do cartão virtual Repsol Mobilidade Elétrica.
Corrente alternada (AC) vs. corrente contínua (DC): a base do carregamento elétrico
A diferença fundamental entre carregamento AC e DC reside na forma como a energia é fornecida à bateria do veículo. No carregamento AC, o veículo converte a corrente alternada em corrente contínua através do seu carregador interno, enquanto no carregamento DC, a conversão é feita na estação de carregamento, fornecendo corrente contínua diretamente à bateria.
O carregamento AC é tipicamente mais lento, mas mais adequado para uso doméstico e carregamentos prolongados, enquanto o carregamento DC permite velocidades muito superiores, sendo ideal para viagens longas e carregamentos rápidos.
Os tipos de tomadas e conectores mais comuns:

Tipo 2
Padrão europeu para AC
Tipo 2
Padrão europeu para AC
O Tipo 2 (IEC 62196-2), também chamado Mennekes, é a ficha AC “de referência” nos postos públicos europeus e nos wallboxes domésticos. A UE exige compatibilidade Tipo 2 em AC e a própria Mennekes documenta cargas até 22 kW (400 V, 32 A) em instalações adequadas. Em Portugal, os “semirrápidos” da rede Mobi.E situam-se precisamente entre 7,4 e 22 kW e em casa é comum 3,7-7,4 kW. Todos os veículos recentemente comercializados na Europa são compatíveis com a tomada Tipo 2 e usam sobretudo o modo de carregamento 3, proporcionando elevados níveis de segurança.

CCS
Padrão europeu para DC rápido
CCS
Padrão europeu para DC rápido
O conector Combined Charging System (CCS) representa uma evolução natural do Tipo 2, adicionando dois pinos extra para carregamento DC, combinando assim o carregamento AC (através dos pinos Tipo 2) e o DC rápido. Podem fazer carregamentos com uma potência até 350 kW nas versões mais recentes, em corrente contínua.

CHAdeMO
Padrão japonês para DC rápido
CHAdeMO
Padrão japonês para DC rápido
Foi pioneiro no carregamento rápido, sobretudo em modelos japoneses mais antigos (por exemplo, Nissan Leaf de primeiras gerações). Continua presente em muitos postos de 50 kW, mas o seu peso na Europa tem vindo a diminuir face ao CCS.

Schuko
Carregamento de emergência
Schuko
Carregamento de emergência
A utilização de tomadas domésticas convencionais é possível, mas não recomendada como solução regular e deve ser utilizado somente de forma pontual e excecional. As tomadas domésticas não foram pensadas para longas horas de utilização perto da corrente máxima. A opção preferível para uso frequente é instalar uma wallbox dedicada (Modo 3), mais rápido e seguro.
Limitações:
- Potência máxima: 3,7 kW (16 A monofásico)
- Tempo de carregamento: pode ser até 9 vezes superior aos métodos dedicados
- Segurança: ausência de sistemas de proteção adequados

Tipo 1 (J1772)
Comum na América do Norte e Ásia
Tipo 1 (J1772)
Comum na América do Norte e Ásia
O Tipo 1 (SAE J1772) é monofásico e suporta, tipicamente, até 32 A (≈7,4 kW). Em Portugal encontra-se sobretudo em veículos importados ou modelos mais antigos. Nesses casos, um adaptador/cabo adequado permite carregar em postos AC com tomada Tipo 2.

Supercharger
Permite acesso a outras marcas
Supercharger
Permite acesso a outras marcas
Na Europa, várias estações estão abertas a outros veículos através da app Tesla, mantendo a compatibilidade plena para condutores Tesla. Em Portugal e no resto da UE, isto significa que um veículo com entrada CCS2 pode, em locais elegíveis, usar Supercharger sem adaptadores. Este tipo de conector, e respetiva rede de carregamentos, não se inserem na rede pública.
Modos de carregamento: entenda a segurança e velocidade
A norma europeia EN/NP61851 define quatro modos distintos de carregamento:
Modo 1: carregamento realizado numa tomada que não é específica para veículos elétricos, conectando a uma tomada doméstica (Schuko). Não recomendado devido à ausência de proteções adequadas.
Modo 2: o mesmo que o Modo 1, mas com a diferença de que o cabo está equipado com um sistema incorporando um dispositivo de controlo no cabo de carregamento e oferecendo uma camada extra de segurança ao monitorizar o processo. Permite estabelecer uma comunicação mínima entre o veículo e a rede elétrica.
Modo 3: incorpora vários sistemas de proteção necessários para a segurança da instalação elétrica e do veículo, bem como sistemas de controlo para monitorizar e detetar o carregamento. É o modo mais comum para uso doméstico através de wallboxes e frequentemente e encontrado em postos públicos de carregamento.
Modo 4: o mais rápido de todos e utiliza corrente contínua (DC) para carregar diretamente a bateria do veículo sem utilizar os sistemas de conversão AC/DC internos do veículo. Indicado quando o tempo de carregamento é um fator crítico.
Como escolher a tomada certa para o seu carro elétrico?
A escolha do sistema de carregamento adequado depende de vários fatores:
- Tipo de veículo: verifique qual o conector do seu carro elétrico
- Padrões de utilização: carregamento doméstico diário ou viagens ocasionais
- Instalação elétrica: nem todos os carros elétricos carregam em trifásico, sendo a maioria monofásico
- Potência contratada: nos casos em que carrega o veículo em casa, considere se necessita de aumentar a potência da sua instalação
Para uso doméstico, as wallboxes são postos de carregamento doméstico, instalados na parede, que permitem que um veículo eletrificado seja carregado através de corrente alternada, em Modo 3, oferecendo a melhor combinação de segurança, velocidade e conveniência.
Perguntas Frequentes (FAQ) sobre tomadas de carregamento elétrico
Qual a tomada mais comum para carros elétricos em Portugal? A tomada Tipo 2 (Mennekes) é a mais comum para carregamento AC e o conector CCS para carregamento rápido DC.
Posso carregar o meu carro elétrico numa tomada doméstica normal? Sim, pode, mas é um carregamento muito lento (Modo 2) e deve ser usado apenas ocasionalmente ou em emergências. Recomenda-se a instalação de uma wallbox.
O que é um carregador rápido DC? É um posto de carregamento que fornece corrente contínua (DC) diretamente à bateria do carro, permitindo carregamentos muito mais rápidos do que os carregadores AC.
Todos os carros elétricos usam as mesmas tomadas? Não, existem diferentes padrões (Tipo 2, CCS, CHAdeMO, etc.), embora a maioria dos carros vendidos na Europa utilize o Tipo 2 e o CCS.
Quanto tempo demora a carregar um carro elétrico? Depende da capacidade da bateria do carro, da potência do carregador e do tipo de tomada, sendo os valores seguintes meramente indicativos e para lhe dar uma noção aproximada:
Carregamento doméstico (AC):
- Tomada doméstica (3,7 kW): 8 a 24 horas para carregamento completo
- Wallbox 7,4 kW: carregar 100 km de autonomia em 2 horas
- Wallbox 11 kW: cerca de 2-6 horas para carregamento completo
- Wallbox 22 kW: para veículos compatíveis, aproximadamente 2 horas para carregamento completo
Carregamento público (DC):
- Carregamento rápido (50 kW): 100 km de autonomia em 15-20 minutos; 80% da bateria em 20-40 minutos
- Carregamento super-rápido (100-150 kW): 80% da bateria em 10-30 minutos
- Carregamento ultrarrápido (160-350 kW): 100 km de autonomia em 6-8 minutos; 80% da bateria em 5-20 minutos
Em suma, entender a diferença AC/DC, os padrões Tipo 2 e CCS e os modos 1–4 permite planear carregamentos com tranquilidade. Para o dia a dia, uma wallbox com o Modo 3 ajustada à sua instalação dá segurança e previsibilidade. Deixe a tomada Schuko apenas para os imprevistos. Em viagem, para não perder muito tempo, privilegie os postos DC rápidos/ultrarrápidos compatíveis com o seu conector e com a potência que o seu veículo realmente aceita. Aproveite o tempo de carregamento para descansar, comer ou até colocar algum trabalho em dia, como numa Estação de Serviço Repsol. Confirme no manual a ficha, o carregador de bordo (7,4/11/22 kW) e a curva de carga, e use aplicações para prever tempos e custos. Com estas escolhas, reduz esperas, protege a bateria e rentabiliza cada kWh.